domingo, 20 de março de 2011

Uma crônica, por gentileza

Era uma noite fria de inverno,logicamente não tão fria como o inverno europeu, mas ainda sim frio para um país tropical. Tinha um pouco de névoa no ar e combinado com a luz amarela dos postes, gerava um ar cadavérico e um ambiente favoravel a presença de uma possivel versão moderna de Jack, o estripador.
   Não estava com nenhum casaco em mãos, pois como iria realizar atividades fisicas, julguei que não precisaria de um agasalho, e obviamente, me arrependi pois com o corpo molhado pelo suor e o vento frio, a sensação térmica era de um gelo cortante. Perdido em meus pensamentos ao som dos meus passos no asfalto, reparei que andava por uma rua nobra da minha cidade, e um barulho me chamou a atenção....o ronco do meu estomago, esse barulho me lembrou que estava sem comer  um bom tempo, desde a hora do almoço, e tentando ignorar esse incomodo, passei a andar mais rapido
    Durante a caminhada, fiquei perdido novamente em meus pensamentos, e vocês notarão caros leitores que esse fato acontece com certa frequencia, pensei alto :" Que fome..." ou algo parecido, e uma voz atraiu-me a atenção, era um homem, morador de rua, trajado com roupas que mais pareciam farrapos, estendendo a mão segurando um "cachorro-quente" e perguntou...." Quer um pedaço?"
    Fiquei ali parado, provavelmente uns 10 segundos parado, sem falar nada, e finalmente agradeci o homem e retomei a caminhada, pensando: "Das pessoas que vivem em um bairro nobre, e se orgulham disso, o unico individuo que mostrou o minimo de gentileza ou que pelo menos me dirigiu a palavra, foi um morador de rua" Esse é um exemplo de que a beleza, está nos atos simples e modestos, não complexos e bem detalhados.

                      Pode não parecer um grande gesto aos olhos das pessoas de hoje em dia, mas aquele pequeno ato satisfez a minha fome

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