Matadouro
O mundo é um matadouro
abriram meu corpo,dissecaram,
em busca do tesouro
que a tempos já roubaram.
Seu bafo fede felicidade,
clorofórmio e violência,
no centro da cidade
louvando vossa excelência.
Nas ruas cantam as viaturas
vejo pobres pagando fiança
com suor,sangue e fraturas
vejo o estupro da esperança.
Chorei lágrimas salgadas
sal grosso de churrasco
nas ruas alagadas
esse poema é um fiasco.
Em cada viatura
tem um carrasco
lembra da ditadura?
a justiça no aço escuro
ontem era o futuro.
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