sábado, 12 de maio de 2012

Seca

Perda de sangue
chora o mangue
seco de desejos
mar de caranguejos
também mortos
também secos
de H2O e desejos
no calor do sol
cangaceiro,sertanejo

Chora o mangue
não em sangue
lágrimas de sal e açúcar

De um lado,mar de caranguejos
abandonados,entre a onda,
a areia e os anseios

Do outro,os urubus
vultos em eterno luto

Sal e açúcar
açúcar e sal
chora o mangue
nem por bem,nem por mal
nem em sangue,sal e açúcar
nem em cachaça,fermentada
no intenso lampejo
do sol sertanejo

De sertão ao mangue
do choro,a rouquidão
de vida e de morte
sempre
sempre
sempre
severina.

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