quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Suicida apaixonado

          Em algum lugar                                                   dia qualquer um de um mês que não importa

     Não sei por onde eu posso começar essa carta, ou como devo terminar essa mensagem, muito menos sei o jeito que devo me expressar para que a ideia que aqui escrevo seja transmitida com total eficiencia para os que vão ler. Os que quiserem ler aliás. Partindo do ponto que não faço a minima ideia de como construir uma carta, e muito menos o que aqui tenho a escrever, vou direto ao ponto: Vou me matar.
    Não tente descobrir um motivo especial que me levou a esse abandono da vida em que vivo, suicidas não tem motivo, isso é o que nos torna tão apaixonantes e intrigantes. Digo apenas que sou um individuo apaixonado demais, mas o motivo real da minha tristeza é que não sou correspondido, sendo assim afogado em um turbilhão de amor platonico que me afoga todo instante, e traz de volta o oxigenio em uma espécie de brincadeira sádica e cruel.
    Não se trata de uma pessoa a que é digna do meu amor, e que me tortura de maneira cruelmente admiradora. Digo apenas que amo a vida, as pessoas, a sociedade e o mundo no geral. Estranho ouvir isso de um homem que aponta uma arma para a própria cabeça,não? Vou explicar: amo tanto a vida que não me canço em espalhar esse amor, mas quanto mais tento, mais a vida me ameaça. Amo tanto as pessoas para ve-las estragando suas vidas com as futilidades, e amo tanto a sociedade para aguentar ver no que ela está se tornando, e amo muito o mundo para encarar o fato de que ele nos odeia e nos quer mortos.
        Não acho que o começo dessa carta fosse poéticamente eficiente, acredito que : "Essa carta trata mais de vida do que de morte" seria um bom começo...para o meu fim.
                     Adeus a todos que vão ler essa carta...




                         BANG(morre).

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