o corpo que andava
era um dia de procissão
desses agudo em religião
na hora da marcha dos fiéis
quando calejariam os pelados pés
as luzes da cidade morreram
e luzes de vela nasceram.
cantaram muitas vozes
graves,finas,lentas e velozes
e havia harmonia
um chorava e outro sorria.
e andavam como bicho único
de muitas pernas e canto mutuo
um corpo que caminhava no turvo
e lá estava eu na calçada
no escuro sem ver nada
só a luz das velas,
ouvindo distantes rezas
e sem notar, a cabeça baixava
em respeito ao corpo fechado
que no caixão selado
ao descanso era levado
a cabeça baixava
alguém chorava
o morto que passava
a alma que faltava
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