Fim
I Soaram quatro trombetas
uma em cada polo.
Chegou o dia!
o dia que não é dia
nem noite, sem hora
o dia do juízo.
o esperado, o anunciado
o céu vermelho
a água que vira sangue
e choveram chamas
quando o chão se partiu
II.
O pedreiro viu vir o fim
bebendo cachaça no botequim
e vendo as chamas da perdição
lembrou dos filho, pai, mãe e irmão.
Segurava o copo na mão
como segurasse ar no pulmão.
Tentou correr, mas as pernas pararam
os ossos travavam, músculos paralisavam.
E do botequim lá em baixo
viu o céu abrir-se num faixo
e um anjo divino surgir.
Caiu de joelhos, pediu perdão
o anjo o fitou, a sorrir
disse: "eu que peço perdão"
III.
Do alto do seu poder
o empresário viu as chamas crescer.
viu o fim começar.
Mulher aterrorizada
filho de chora
telefone que toca
raiva que cresce.
Bebe para acalentar a alma.
Todo aquele poder e dinheiro
tudo que se perdeu e foi feito...
reduzido a nada.
No fogo ardente surge o diabo
envolto em chamas
coberto de trevas
O empresário tenta comprá-lo
em vão
o empresário então bajula
em vão
o empresário jura lealdade
em vão
o empresário ameaça
em vão
o empresário senta e chora
em vão
como tudo que se perdeu
e foi feito
em vão.
o empresário que ora
e o diabo dizendo a sorrir
"eu que peço perdão".
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