O recém homem.
O recém homem decide ir dormir.Dirigindo-se ao seu quarto, partindo do banheiro,em um ritmo vagaroso, o recém homem apaga as luzes de deu templo-lar, uma a uma, até que se encontra no escuro do seu quarto.
O recém homem então ajusta seu despertador e liga o ventilador, finalmente se acomodando no seu leito e repousando a cabeça no travesseiro. No relógio passam-se trinta minutos,mas para o ainda insone recém homem, a sensação é de que a noite já está pelo fim. Ele levanta e decide abrir a janela, para aliviar o calor incomodo do comodo."É...talvez seja o calor" pensava.
De frente com a janela se encontra,o ainda insone, recém homem. Paralisado com o medo e possível raiva de encontrar os raios de sol, confirmando sua insonia. Ele abre a janela e a luz da lua ilumina o ambiente. Então ele dá as costas ao luar e deita novamente em sua cama, "Agora sim", ele diz para si mesmo.
Mas os olhos do recém homem se recusam a repousar, e começam a pensar, imaginar e criar.
Aqueles de duvidam do poder criativo dos olhos nunca apoiaram o espaço do pensamento em um ponto fixo e aleatório.
O recém homem decide ir até a sala-cozinha e expor seus pensamentos no papel. Ah, sua mania juvenil de querer ser escritor. Escreve algumas linhas com sua letra cansada e tremida, até ser interrompido por um ranger de uma porta abrindo. Olhando em direção a origem do som encontra a imagem de seu cachorro, que vem se deitar próximo ao de seu dono, o recém homem, ao pé da mesa-escrivaninha.
O dono do cachorro o admira por alguns instantes, até ser tomado da inveja do sono tranquilo daquele animal. "Qualquer preocupação de bicho deve ser melhor que uma de bicho-recém homem".
Inspirado pelo mascote, ele decide deitar-se no chão, cobrindo o azulejo frio com o corpo de recém homem. Deitado no chão ele sente o peso do sono. Antes de se fechar pela ultima vez na da noite, os olhos do recém homem se abrem um pouco, revelando o corpo do recém homem,agora recém morto, coberto de vermes comendo sua carne podre.
Desesperado, o recém-morto-homem tira os vermes de sua carne como se fossem as luzes de seu templo-lar: um a um. Até acordar num solavanco assustado, num pesadelo convulsionado, no chão de sua sala, com a marca de seu corpo estampada em suor no azulejo agora quente.
O recém acordado homem decide pegar um copo de água para acalmar os ânimos recém abalados.Pobre recém homem.
Recuperado, ele tenta acomodar o corpo no caixão de sua cama, e encostar sua cabeça na forca-guilhotina de seu travesseiro. E um a um,como os vermes, os pensamentos aparecem e somem em sua recém cabeça. Contas, deveres, não deveres, amigos, família, inimigos, amores, não amores...etc. Até não sobrar nenhum."o recém homem dorme" disse para si mesmo, ignorando a função do narrador.
-Madrugada da noite de helloween, o que é apenas só mais uma noite
-" As vezes temos vontade de arrancar o coro de nossas cabeças, fio por fio, só para ter a dor como confirmação do coração ainda vivo" mesmo que isso confirme uma mente doente.
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